sábado, 25 de junho de 2016

O estranho encontro

         Maria era uma mulher bonita, de belos cabelos castanhos, corpo esguio e com uma vontade intensa de viver todos os momentos que a vida pudesse lhe oferecer. Tinha paixão pela vida, achava que a liberdade era tudo o que se podia ter; não se contentava com pouco, porém não tinha amores frívolos, sempre foi assim até que conheceu Luis, que a princípio era tudo o que ela imaginava como homem, o príncipe encantado há muito esperado.
          Foi praticamente amor à primeira vista, conheceram-se e enamoraram-se e em pouco tempo já estavam casados, dividindo a mesma vida, a casa e o pior, o mesmo lugar para as escovas de dente. A principio viviam uma eterna lua de mel, jantares sempre acompanhados um do outro, ligações no meio dia, só para dizer “eu te amo” e assim seguiu-se até que Maria engravidou. Logo Luis resolveu que Maria não precisaria mais trabalhar, o que ganhava daria para suprir toda a necessidade da casa. Argumentou. Ou seja, a mulher independente de outrem virou Amélia, apesar de não se chamar Maria Amélia! Observa-se que sua vida começou a mudar ai. Logo veio seu primeiro filho, Antonio Pedro, um bebê lindo, que  a ver de Luis precisaria muito de Maria por perto.
            Maria tolamente deixou seu emprego, um cargo de confiança em uma multinacional. A próspera mulher de negócios logo se tornou a dona de casa perfeita, deixou de administrar sua vida pessoal para administrar sua casa o que fazia com maestria. A princípio tudo parecia perfeito. Porém Maria por mais que tentasse não conseguia se adaptar a situação de total alienação. Vivia uma vida chata, sem graça e desprovida de ambições.
             Com o passar do tempo, as presenças de Luis era mais escasseada, não havia mais ligações de “eu te amo” no meio do dia a muito não sabia mais o que era um fim de semana juntos. Maria sabia que seu marido a traía com uma advogada estagiária da empresa, e ela também sabia que não podia fazer nada, aliás nem queria fazer.
              Não tinha mais forças para tentar reaver seu casamento e mudar a situação. Porém, a vida prega peças e da noite para o dia os conceitos de Maria à cerca da vida e de si mesmo mudaram. Para tanto precisou acontecer um milagre...
               Aquele parecia como um dia qualquer se não fosse por um inusitado encontro, encontro esse que o destino fez questão de dar uma mãozinha e deixar marcado na vida de Maria como ferro em brasa.
                Tudo aconteceu numa maravilhosa e ensolarada manhã de primavera, era um contraste berrante com a tristeza que se abatia sobre o rosto de Maria. Pensou em dar uma volta para espairecer, não foi de carro, preferiu ir de ônibus para olhar a vida, as pessoas... Pegou um ônibus no terminal o que foi bom, pois estava vazio. Mais ou menos, no meio da viagem, um homem de muito boa aparência sentou-se ao seu lado, ela olhou meio de soslaio, mas deu pra notar que era muito bem apessoado com cabelos e olhos castanhos lindos e um corpo de dar inveja a qualquer garotão de academia. Sentou-se ao seu lado, ele lia um livro que parecia bem interessante o que não fazia com que Maria deixasse de imaginar que uma vez ou outra ele roçava o braço em seu seio. Ou sua imaginação andava muito fértil ou aquele homem queria mais contato do que simplesmente sentar-se ao seu lado. Maria então resolveu testar sua impressão e fazer um joguinho de sedução, afinal não tinha nada a perder. Sua vida já era chata mesmo. Deixou-se ser tocada e seus pensamentos iam de um lado para o outro na mesma proporção em que o cotovelo do homem ia suavemente lhe tocando enquanto folheava o livro. Era uma sensação maravilhosa, estava sendo desejada de novo. E tinha ali, ao alcance da mão para fazer o que quisesse.
             Olhou para o rapaz, meio que, querendo dizer algo, sua boca entreaberta denunciava que ela estava gostando da brincadeira, então ela começou a roçar sua perna na dele e à medida que ia roçando ia imaginando o que ele estaria pensando sobre ela. Ela intimamente queria que ele pensasse que ela era uma devassa, conceito bem diferente do que eventualmente ela queria que alguém pensasse sobre ela e até mesmo diferente do que Luis atualmente pensava.
              Logo, o desejo de possuí-lo começou a lhe trazer fantasias. Conforme sua perna ia roçando na dele, sua saia ia suspendendo e mostrando um pouco de sua perna torneada o que o deixou extremamente excitado. Ela podia observar a protuberância que já havia sobressaído por sobre a calça. E intimamente ela estava adorando aquela situação em que estava sendo senhora. Depois de tanto tempo, o poder de estar seduzindo um homem subiu a cabeça e foi o que ela continuou fazendo. Brincou de seduzir aquele estranho.
               No entanto, infelizmente estava chegando a hora de desembarcar, meio que aborrecida pensou em seguir viagem e consequentemente cotinuar com a brincadeira. Mas pensou bem e resolve descer, pediu licença ao rapaz para passar. Qual não foi sua surpresa quando o rapaz depois de dar passagem, desceu atrás dela!
Maria ficou sem saber o que fazer, foi seguindo seu caminho. Sabia que estava sendo seguida e logo a sensação de prazer deu lugar ao medo, afinal era um desconhecido.
                 Quando Maria já estava entrando em desespero, ela sente uma mão a segurar pelo braço, mãos firmes e fortes.Ela pensou: pronto morri. Quando olhou para trás se deparou frente a frente com seu alvo de sedução. Olhos seus olhos penetrantes e belos e seu corpo másculo e por um momento tudo a sua volta não tinha importância.
                   O rapaz a convidou para uma cafeteria, o que foi prontamente atendido por Maria, passaram algumas horas magníficas juntos, falaram sobre tudo. Como se conhecem há tempos.
                   Querendo passar mais tempo com Maria o rapaz a convidou para almoçar, foram a um restaurante e lá mais uma vez tiveram um almoço dos deuses regada a muita conversa e um bom vinho. Maria viu-se encantada com a atenção e o fascínio que ele exercia sobre ela com sua conversa divertida e inteligente. Marcaram então um novo encontro para a semana seguinte. Maria não  se aguentava em contentamento e ansiedade, queria que aquela semana passasse logo.
                     A semana transcorreu tranquila, Maria aproveitou para cuidar-se um pouco mais. Comprou até lingerie nova esperando o próximo encontro. Queria que tudo fosse perfeito.
                     Chegou enfim, o dia tão esperado. Maria estava um tanto nervosa se saber ao certo o que esperar. Marcos, era esse o nome do rapaz, havia marcado as quatorze horas com ela. Dessa vez estava de carro o que facilitaria as coisas para Maria, em sua mente todo o roteiro já estava traçado. Dessa vez foram a um barzinho beberam um chopp o que ajudou para que Maria e Marcos ficassem mais soltos.
                        Ela começou a fantasiar coisas com o rapaz e ele percebeu sua intenção. Segurou sua mão algumas vezes enquanto se olhavam em silêncio, nessas horas são desnecessárias as palavras, os corpos gritam. Ambos sabiam onde tudo ia terminar. Dali do barzinho rumaram para um hotel. Maria queria isso mais que qualquer coisa naquele momento.
                        Logo que chegaram ao quarto, Maria se deixou beijar sofregamente por aquele homem e deixou-se conduzir pelo intenso desejo que a consumia. Marcos sabia o que fazia e como fazia. Suas mãos tocavam Maria com maestria cada toque de seu dedo ia despertando nela desejos reprimidos há muito e gemidos de prazer foram dando lugar ao silêncio do quarto, suas roupas foram tiradas com uma rapidez absoluta logo estavam entrelaçados na cama e entre beijos e abraços Marcos foi afastando delicadamente a perna de Maria e a penetrou com um desejo ardente. Maria quase não se conteve sentindo seu corpo estremecer ante a penetração daquele homem em sua vida, gozos intensos e espasmos de prazer iam deixando ela quase desfalecer.
                          Uma lágrima de alegria rolou pelo rosto de Maria, que foi tocado suavemente por Marcos. O dia terminou com um fim de tarde a beira mar. Olhando o sol se pondo e com a certeza de que aquele dia seria o “seu dia” para o resto de sua vida. Saíram dali prometendo-se um novo encontro.
                            Ele ao se despedir, deixou com Maria uma lição, coisas inusitadas acontecem com a gente sem esperarmos mudando para sempre o rumo de nossas vidas e ao dar um terno beijo em Marcos ela pode sentir um cheiro adocicado no ar e esse cheiro a acompanha até hoje. O rapaz foi embora, deixando em Maria esperança de dias melhores e hoje tem certeza que aquele cheiro doce era de um anjo o seu anjo, que ao tocar sua face deixou expelir um pouco de seu esplendor e de seu amor que ficou no coração de Maria pelo resto da vida.
                           Com certeza aquele homem era um anjo, um anjo do amor. A vida de Maria depois desse anjo?
                            Bem, ai começa outra história, só adianto que ela resolveu não mais aceitar os desmandos do marido, separou-se dele, voltou aos estudos ao trabalho e hoje mora sozinha com seu filho e tem uma vida de paz, alegria e contentamento.
                             O marido? Bom o marido casou-se com a advogada e no primeiro trimestre do casamento foi traído por ela com um novo estagiário da empresa. Triste ironia da vida.
Fim

Rosane Silveira

                         

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Pessoas são como casas emocionais

Há algum tempo atrás estava refletindo sobre nosso eu interior e cheguei a conclusão que todos nós somos como casas emocionais. Todos nós temos portas que evitamos abrir, cômodos que temos medo de entrar e gavetas interiores que temos receio de mexer e organizar. Com medo das implicações que isso acarretaria. Sem contar aquele sótão, ah o sótão! Lá sim estão guardados muito do que evitamos falar e mexer, empoeirado pelo tempo algumas teias de aranha já se fazem presente. Durante nossa vida desde tenra idade,  vamos acumulando medos, lembranças boas e ruins alguns traumas, nossos sentimentos muitas vezes ignorados até por nós mesmos. Tudo isso temos o hábito de varrer para debaixo do tapete e deixar ali até que esqueçamos ou pelo menos que tentemos esquecer. Tememos mesmo que inconscientemente, que se revelarmos ou nos revelarmos por completo com toda gama de coisas que somos, nossas mazelas espirituais, nossas fraquezas emocionais e todo o resto de nós seriam postos à prova.Já somos postos à prova todos os dias não é verdade? No entanto, esse olhar atento a essa casa bagunçada que somos nós, é temeroso eu sei, mas se conseguirmos olhar atentamente cada cômodo da casa e aos poucos abrindo as portas a muito fechada, olhar os cantos e abrir gavetas remexendo em nosso eu e ao fazermos isso conseguirmos encarar essa faxina interior como uma boa descoberta de quem somos. Rever cada cantinho de nós abrir de repente uma gaveta e nos depararmos com uma boa lembrança de criança. O quão prazeroso é isso ! Devemos olhar o restante da casa com esse mesmo olhar. Ainda que seja complicado abrir a gaveta das mazelas remexer em cada medo, em cada tristeza e ali muitas vezes encontrar respostas para o que somos hoje e o que estamos fazendo com o que restou de nós da velha casa emocional que nos tornamos. Pois eu te digo o que eu faria. Primeiro abriria as janelas para entrar o sol, tiraria todos os lençóis dos móveis dos cômodos que não entramos há muito  tempo. Aquelas gavetas que tememos mexer, jogaria tudo em cima da cama e escolheria o que de melhor poderia aproveitar e o resto descartaria .  Daria uma boa varrida no lixo emocional. Se não precisamos não há necessidade de estar ali. Essa descoberta de nós mesmos pode ser prazerosa, pode ser o início de uma nova vida na mesma casa. Um olhar atento, sobre tudo o que fomos, somos e seremos uma auto descoberta e uma auto aceitação faria com que aquela casa empoeirada e triste se transformasse em um recanto de aceitação, paz e amor. Que tal começarmos nossa faxina interior?

Rosane Silveira




terça-feira, 21 de junho de 2016

Falando entre amigos

 FALANDO ENTRE AMIGOS


E, falando entre amigos quero te dizer que nada melhor do que falar entre amigos, com a alma lavada e o coração exultando de felicidade por ter em alguém um porto seguro, uma mão estendida e melhor alguém que te compreenda e não te acuse o tempo todo com o dedo em riste apontando teus defeitos. É o céu...

Errado.

Penso que amigos servem pra nos apontar a direção sim, nos ouvir quando estamos tristes, se fazer presente nem que seja pelo telefone, na hora exata em que aquela “dor de cotovelo” terrível teima em aparecer, parece que o amigo adivinha que estamos precisando de uma “levantada na moral” e é exatamente isso que ele faz. Nem precisamos de terapeuta para jogar a nossa auto-estima lá em cima.

Aquele amigo que te liga numa sexta-feira convidando pra um chopp , aquela sexta-feira que você literalmente está entregue na mão do palhaço, em que você não tem nada pra fazer e já está com pijaminha de flanela, esparramado no sofá, vendo um filme enfadonho e pensando: “ninguém me ama, ninguém me quer”.

Espere um momento, vocês podem estar dizendo, ela só pensa em amigos nas horas tristes.E os momentos em que está alegre?

Aí sim que precisamos dos amigos, pra compartilhar o nosso melhor, rir até a barriga doer vendo um filme, dividir sem a menor cerimônia uma pizza à francesa e não sentir vergonha em pegar o último pedaço rsrs, rachar aquela despesa básica.

Penso que amigos são extremamente fundamentais pra nossa sobrevivência – estou falando sério, nenhum homem é uma ilha, sentimos um desejo nato de compartilhar e é isso que nos difere.

Tem amigo de perto, amigo de longe, mais perto, amigo um pouco mais longe (virtual) mas que se fazem presente de uma forma única, quase podemos tocá-lo que dirá senti-lo.

Mas voltando ao papo entre amigos, eu penso que amigo antes de tudo é aquele que te aponta sim o dedo em riste quando ele sente que você “pisou na bola feio” e te diz isso sem cerimônias, aquele que te mostra a direção exata quando você teima em pegar a direção errada.

Há amigos que te dão uma puxada tão forte que te ponhem no centro numa vez só...e são esses amigos que quero ter...que não me apresentem só o meu melhor lado, esse é fácil de lidar mas que me apresentem também os meus defeitos sempre que eles se fizerem acentuados demais, e olha que eu tenho é defeitos, aff...

e...falando entre amigos continuaremos sempre pautados em respeito, harmonia, carinho e principalmente verdade.

Rosane Silveira

segunda-feira, 20 de junho de 2016

ACREDITE EM VOCÊ ROSANE SILVEIRA







ACREDITE EM VOCÊ Quando a tristeza parecer insistir em teu coração, quando as portas parecerem trancadas a sete chaves escondendo de ti a luz do conhecimento, entrega o que te machuca Àquele que sabe por ti. Aceita que dentro de ti existe um ser em perfeito equilibrio, sábio e cheio de luz. Um ser que sabe que toda dor, toda confusão, todo engano, provém da mesma origem. E, diante de toda ilusão, ele sabe que a cura está na verdade que carregas em teu coração. Um ser que sabe da tua inocência, da preciosidade que representas Àquele que te criou. Aceita que sozinho ainda não sabes cuidar de ti . Deixa que esse ser que habita em ti possa ensinar-te a usar teus dons, acredite no invisível e principalmente na tua capacidade de se refazer a cada nova manhã - ACREDITE EM VOCÊ.