quarta-feira, 22 de junho de 2016

Pessoas são como casas emocionais

Há algum tempo atrás estava refletindo sobre nosso eu interior e cheguei a conclusão que todos nós somos como casas emocionais. Todos nós temos portas que evitamos abrir, cômodos que temos medo de entrar e gavetas interiores que temos receio de mexer e organizar. Com medo das implicações que isso acarretaria. Sem contar aquele sótão, ah o sótão! Lá sim estão guardados muito do que evitamos falar e mexer, empoeirado pelo tempo algumas teias de aranha já se fazem presente. Durante nossa vida desde tenra idade,  vamos acumulando medos, lembranças boas e ruins alguns traumas, nossos sentimentos muitas vezes ignorados até por nós mesmos. Tudo isso temos o hábito de varrer para debaixo do tapete e deixar ali até que esqueçamos ou pelo menos que tentemos esquecer. Tememos mesmo que inconscientemente, que se revelarmos ou nos revelarmos por completo com toda gama de coisas que somos, nossas mazelas espirituais, nossas fraquezas emocionais e todo o resto de nós seriam postos à prova.Já somos postos à prova todos os dias não é verdade? No entanto, esse olhar atento a essa casa bagunçada que somos nós, é temeroso eu sei, mas se conseguirmos olhar atentamente cada cômodo da casa e aos poucos abrindo as portas a muito fechada, olhar os cantos e abrir gavetas remexendo em nosso eu e ao fazermos isso conseguirmos encarar essa faxina interior como uma boa descoberta de quem somos. Rever cada cantinho de nós abrir de repente uma gaveta e nos depararmos com uma boa lembrança de criança. O quão prazeroso é isso ! Devemos olhar o restante da casa com esse mesmo olhar. Ainda que seja complicado abrir a gaveta das mazelas remexer em cada medo, em cada tristeza e ali muitas vezes encontrar respostas para o que somos hoje e o que estamos fazendo com o que restou de nós da velha casa emocional que nos tornamos. Pois eu te digo o que eu faria. Primeiro abriria as janelas para entrar o sol, tiraria todos os lençóis dos móveis dos cômodos que não entramos há muito  tempo. Aquelas gavetas que tememos mexer, jogaria tudo em cima da cama e escolheria o que de melhor poderia aproveitar e o resto descartaria .  Daria uma boa varrida no lixo emocional. Se não precisamos não há necessidade de estar ali. Essa descoberta de nós mesmos pode ser prazerosa, pode ser o início de uma nova vida na mesma casa. Um olhar atento, sobre tudo o que fomos, somos e seremos uma auto descoberta e uma auto aceitação faria com que aquela casa empoeirada e triste se transformasse em um recanto de aceitação, paz e amor. Que tal começarmos nossa faxina interior?

Rosane Silveira




Um comentário:

  1. Bom dia, Rosane! Parabenizo-lhe pelo seu maravilhoso blog. Quanto a esse conto, é dos mais belos e traz maiores reflexões sobre a necessidade de não se tomar atitudes precipitadas e que, as más ações sempre se voltam a quem as praticam. Meu carinho e meus aplausos.

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