Há algum
tempo atrás estava refletindo sobre nosso eu interior e cheguei a conclusão que
todos nós somos como casas emocionais. Todos nós temos portas que evitamos
abrir, cômodos que temos medo de entrar e gavetas interiores que temos receio
de mexer e organizar. Com medo das implicações que isso acarretaria. Sem contar
aquele sótão, ah o sótão! Lá sim estão guardados muito do que evitamos falar e
mexer, empoeirado pelo tempo algumas teias de aranha já se fazem presente.
Durante nossa vida desde tenra idade, vamos acumulando medos, lembranças boas e
ruins alguns traumas, nossos sentimentos muitas vezes ignorados até por nós
mesmos. Tudo isso temos o hábito de varrer para debaixo do tapete e deixar ali
até que esqueçamos ou pelo menos que tentemos esquecer. Tememos mesmo que
inconscientemente, que se revelarmos ou nos revelarmos por completo com toda
gama de coisas que somos, nossas mazelas espirituais, nossas fraquezas
emocionais e todo o resto de nós seriam postos à prova.Já somos postos à prova
todos os dias não é verdade? No entanto, esse olhar atento a essa casa
bagunçada que somos nós, é temeroso eu sei, mas se conseguirmos olhar
atentamente cada cômodo da casa e aos poucos abrindo as portas a muito fechada,
olhar os cantos e abrir gavetas remexendo em nosso eu e ao fazermos isso conseguirmos
encarar essa faxina interior como uma boa descoberta de quem somos. Rever cada
cantinho de nós abrir de repente uma gaveta e nos depararmos com uma boa
lembrança de criança. O quão prazeroso é isso ! Devemos olhar o restante da
casa com esse mesmo olhar. Ainda que seja complicado abrir a gaveta das mazelas
remexer em cada medo, em cada tristeza e ali muitas vezes encontrar respostas
para o que somos hoje e o que estamos fazendo com o que restou de nós da velha
casa emocional que nos tornamos. Pois eu te digo o que eu faria. Primeiro
abriria as janelas para entrar o sol, tiraria todos os lençóis dos móveis dos
cômodos que não entramos há muito tempo.
Aquelas gavetas que tememos mexer, jogaria tudo em cima da cama e escolheria o
que de melhor poderia aproveitar e o resto descartaria . Daria uma boa varrida no lixo emocional. Se
não precisamos não há necessidade de estar ali. Essa descoberta de nós mesmos
pode ser prazerosa, pode ser o início de uma nova vida na mesma casa. Um olhar
atento, sobre tudo o que fomos, somos e seremos uma auto descoberta e uma auto
aceitação faria com que aquela casa empoeirada e triste se transformasse em um
recanto de aceitação, paz e amor. Que tal começarmos nossa faxina interior?
Rosane
Silveira
Bom dia, Rosane! Parabenizo-lhe pelo seu maravilhoso blog. Quanto a esse conto, é dos mais belos e traz maiores reflexões sobre a necessidade de não se tomar atitudes precipitadas e que, as más ações sempre se voltam a quem as praticam. Meu carinho e meus aplausos.
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